Realidade Aumentada

É comum ouvir dizer que cada indivíduo analisa a realidade que o rodeia de acordo com os seus valores. Esta ideia, dando diferentes perspectivas à mesma realidade, levou à criação de uma área tecnológica, em franca expansão, que mistura mundos reais e mundos virtuais. Esta nova tecnologia recebeu o nome de Realidade Aumentada (augmented reality).

A Realidade Aumentada é uma tecnologia, que combina elementos do mundo real com elementos virtuais em 3D, permitindo a interactividade entre objectos (reais e virtuais) em tempo real. Mais especificamente, consiste na sobreposição – realizada por meio de algum dispositivo tecnológico – de objectos virtuais tridimensionais (gerados por computador) num ambiente real. Tem origem num campo específico das ciências da computação, que exploram a integração do mundo real com elementos virtuais ou dados criados por computador.

A realidade aumentada combina um software específico, por exemplo wikitude, com equipamentos, como câmaras digitais. Diversas áreas irão beneficiar com a possibilidade de sobrepor a realidade virtual com o nosso campo de visão destacando-se: o turismo, em que locais históricos se podem tornar reais, adicionando características virtuais às imagens reais: o utilizador pode localizar monumentos históricos, moradas e outros locais; obter informação sobre as distâncias entre o mesmo e os objectos circundantes; reconstrução virtual de edifícios antigos; a ciência; os jogos virtuais, e ainda, a arte, por exemplo, quando o espólio de um museu não pode estar exposto na sua totalidade poder-se-á recorrer à criação de museus virtuais.

Esta nova tecnologia exige a existência de apenas três componentes básicos: objecto real com algum tipo de marca de referência, que possibilite a interpretação e criação do objecto virtual; câmara ou dispositivo capaz de captar e transmitir a imagem do objecto real; software capaz de interpretar o sinal transmitido pela câmara ou dispositivo.

Contudo é uma tecnologia relativamente cara, uma vez que programar um ambiente de realidade aumentada, supõe trabalhar com ferramentas de inteligência artificial e modelação 3D.

As aplicações que estamos a começar a ver, costumam ser apoiadas por grandes empresas que subsidiam todo o processo de desenvolvimento. Uma dessas empresas é a Google que tem recorrido à Realidade Aumentada para desenvolver aplicações que permitam ao utilizador uma visão periférica de qualquer local que queira visitar, seja para fins lúdicos ou laborais, por exemplo a realização de uma conferência. Outra empresa que tem desenvolvido esta tecnologia é a Siemens IT Solutions and Services que implementou no Museu Guggenheim de Bilbao, um sistema de realidade aumentada, no qual, os visitantes recebem informações sobre o espaço cultural, as suas exposições, são guiados pelo museu e têm acesso a informações especiais do edifício. Deste modo, começam a existir já vários sistemas de manipulação da Realidade Aumentada, disponíveis gratuitamente, bem como várias aplicações, quer educacionais, quer em áreas como a bioengenharia, física e geologia.

A Realidade Aumentada não deixa de ser o resultado de um caminho tecnológico que, se não fosse por todos avanços que se incorporam nos gadgets que utilizamos diariamente, este conceito dificilmente teria chegado aos níveis complexos a que chegou.

3 opiniões sobre “Realidade Aumentada”

  1. É uma área muito interessante da computação, e que, além dos exemplos que dás, tem tido avanços bastante interessantes em duas outras linhas: nos smartphones e sistemas oculares (tipo Google Glass) ou câmaras de reconhecimento para entretenimento (na linha do Kinnect da XBox). É aqui que as evoluções da Realidade Aumentada se têm tornado mais ‘mainstream’.

    É também por aqui que se começou a pensar numa definição mais alargada de Realidade Aumentada, felizmente, já não são só os elementos 3D (que estavam na definição original do Azuma) ou aquelas horríveis “marcas de referência” (que se tornarão irrelavantes com os avanços nas técnicas de reconhecimento de imagem). Eu prefiro esta concepção mais alargada de RA, que, no fundo, pressupõe simplesmente o enriquecimento de uma imagem (em tempo real, claro) com elementos de computação, sejam avatars, tags, informação, som, etc.

    O futuro da computação passa necessariamente por aqui, como demonstra este incrível vídeo conceptual:http://vimeo.com/8569187.

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