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Campo elétrico

Olá a todos!

Não vos vejo por aqui há imenso tempo; por conta destes tempos conturbados e da quantidade de horas de trabalho que tenho feito como profissional de saúde.

Sabendo que estes tempos não são fáceis para todos nós, mas especialmente para as crianças; é difícil entretê-las por casa e procurar imensas atividades que os possam ajudar a aprender. Hoje, é justamente isso que vos trago; é divertido para as crianças e os que já percebem um pouco de ciências e estudo do meio adoram estas coisas.

Esta é uma experiência que podem fazer aí por casa e entretê-los durante algum tempo.

Ora, trata-se de física, claro está; mas toda a física pode ser divertida desde que escolhamos as experiências mais adequadas para mostrar aos mais novos e os motivar.

A experiência que vos trago hoje permite ver um campo elétrico e os seus efeitos (especialmente interessante se alguns dos pequenos aí por casa anda a estudar o assunto!) e só precisam de um candeeiro de eletricidade estática (quase todos nós temos um por casa e por si só já são divertidos) e uma lâmpada (verifiquem se a lâmpada não está fundida. Se estiver, a experiência não vai funcionar).

Vá, eu dou-vos algum tempo para irem buscar tudo.

Já foram? Estão de volta? Boa!

Liguem o candeeiro à tomada. Agora desliguem as luzes e tudo se vê bastante melhor! 😊

Divirtam-se a colocar as mãos no candeeiro: coloquem uma mão, várias mãos e vejam as diferenças.

Quando já se tiverem divertido o suficiente, vão buscar uma lâmpada e aproximem a parte de cima da lâmpada do candeeiro (tal como fizeram com as vossas mãos). O que é que acontece?

Viram? Viram? Viram que a lâmpada acendeu e não estava ligada a nada? A lâmpada apenas tocou ou estava próximo do candeeiro, mais nada! Tenham cuidado para não tocar no casquilho da lâmpada, depois de algum tempo acaba por ficar quente por isso cuidado com essas mãos!

Podem experimentar colocar a lâmpada em diferentes partes do candeeiro e ver como a intensidade da luz muda quando a afastam e aproximam.

Porquê é que isto acontece?

Ora vamos lá… O candeeiro de eletricidade estática funciona como uma bobina de Tesla. Estão a ver aquela bola bem no centro do candeeiro, de onde parecem que saem todos aqueles raios? Dentro dessa bola estão imensas bobinas pequenas; essas contêm eletrões que oscilam dentro das bobinas a uma frequência bastante elevada. Tal faz com que os átomos à volta das bobinas se mexam tanto que os seus eletrões se libertam.

Agora, estão a ver toda a parte do globo (quando o candeeiro está desligado, está completamente vazio) existe um vácuo parcial, ou seja, existem muito pouco ar nessa zona, o que faz com que seja mais fácil de vermos todos os raios elétricos assim que ligamos o candeeiro. Todos os raios que vemos estão a sair do candeeiro; isso acontece porque a intenção deles é chegar ao ar.

Quando tomos no candeeiro forma-se um fio de eletricidade desde o centro até à ponta do nosso dedo, nós funcionamos como condutores para que os eletrões possam ir desde o candeeiro até ao chão.

Quando aproximamos uma lâmpada do candeeiro, acontece o mesmo que com o nosso corpo, mas os efeitos são visíveis e por isso a lâmpada acende.

Divirtam-se por aí, enquanto se mantêm seguros por casa.

Depois digam-nos como correu. 😊

Até lá!

Efeito Mpemba

Acredita que se aquecer a água primeiro, ela poderá congelar mais rapidamente? Não? Bem, não será o único; este fenómeno não tem uma explicação válida e ainda confunde uma grande parte da comunidade científica.

O efeito é conhecido desde a Antiguidade, sendo descrito pela primeira vez por Aristóteles, mas apenas em 1963 foi descrito em mais pormenor por um estudante de secundário – Erasto Mpemba. Tudo aconteceu por acidente, Mpemba e os restantes colegas estavam a tentar fazer gelado durante uma das suas aulas; infelizmente, Mpemba não foi rápido o suficiente para deixar o líquido arrefecer antes de este ser colocado no congelador. Contudo, o seu líquido congelou mais rapidamente do que o dos restantes colegas. Impressionado com o que aconteceu, Mpemba contou à sua professora, mas ela apenas lhe disse que não terá percebido bem aquilo que realmente aconteceu e que é impossível tal acontecer.

Mpemba lutou para mostrar este efeito ao maior número de pessoas possíveis e tentar explicar como ocorre. Encontrando várias possíveis razões:

– como a água quente evapora mais rapidamente, sobrando um volume menor de água para congelar;

– diferentes concentrações de solutos (como dióxido de carbono, que evapora quando a água é aquecida).

O grande problema é que este efeito não ocorre em todas as situações; tal apenas acontece quando dois recipientes com forma e quantidade de água semelhante são arrefecidos da mesma forma. Por exemplo, quando uma amostra de água quente se encontra a 90ºC e a amostra de água fria se encontra a 18ºC; sendo ambas arrefecidas da mesma forma; a amostra de água que inicialmente se encontra a 90ºC irá congelar mais rapidamente.

Para além de um efeito, esta é uma maravilhosa história de superação e comprova que todos nós, independentemente do nível escolar ou idade, podemos ser cientistas. A explicação deste fenómeno partiu de alguém que apenas se encontrava no ensino secundário e tal não o impediu de o fazer.

A única coisa certa acerca deste fenómeno são os efeitos maravilhosos que proporciona quando realizado em ambientes bastante frios. Querem ver?

Divirtam-se com o vídeo seguinte! 😊

MathGurl

Olá,

Provavelmente já ouviram falar da MathGurl, mas ouvirem mais uma vez não faz mal nenhum!

MathGurl é a um canal de YouTube que fala de matemática de maneira divertida e com sotaque vimaranense!

A autora do canal é a Inês Guimarães, estudante de matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e mostra a matemática à maneira dela! Sigam o canal:

Vejam aqui algumas reportagens sobre a MathGurl:

À Inês só me resta desejar a continuação de excelente vídeos!

Bolhinhas, muitas bolhinhas…

Da saga a cozinha é o melhor laboratório do Mundo, desta vez veremos como bicarbonato de sódio e vinagre reagem.

A forma mais fácil de atrair a reação de uma criança em ciência é falar em bolhinhas; e neste caso, quantas mais melhor.

Encha uma palete de gelo com vinagre e diferentes corantes, coloque no congelador até que fique completamente congelado. Depois é só colocar os vários cubos num prato e espalhar o bicarbonato de sódio misturado com água em cima deles.

Podem ver pela imagem é muito fácil de os entreter com esta experiência. Website: Teaching Momma

Tal funciona desta maneira porque quando estes dois ingredientes estão juntos ocorrem duas reações químicas: a primeira, é um ação ácido-base que dá origem ao ácido carbónico e ao acetato de sódio; contudo, rapidamente o ácido carbónico inicia uma reação de decomposição dando origem a dióxido de carbono (o que explica o surgimento de todas as bolhas) e água.

Experimentem por aí e digam-nos como correu!

Divirtam-se! 😊

Pasta Rocket

Quem precisa de um laboratório XPTO da NASA, quando tem uma cozinha em casa?

Uma das coisas que podemos fazer na cozinha é um rocket recorrendo apenas a massa, um frasco de vidro, água oxigenada/peróxido de hidrogénio (como lhe quiserem chamar) e um pouco de fermento.

A “receita” segue já a seguir:

😊 Fazer um furo na tampa do frasco de vidro;

😊Encher ¾ do frasco de vidro com água oxigenada;
😊 Colocar 4 pitadas de fermento no frasco e mexer para misturar;

😊Colocar a tampa no frasco;
😊 Colocar massa tubular mesmo por cima do buraco que está na tampa;

😊 Aproximar um fósforo aceso ao topo da massa;

😊 Divirta-se com o espetáculo!

 

A mistura entre a água oxigenada (3% V/V, normalmente aquela que compramos) e o fermento faz com que exista um fluxo constante de oxigénio, que é essencial para que a chama se mantenha acesa. Tal ocorre porque o fermento contém uma enzima que catalisa a produção de oxigénio.

A massa, sendo um carboidrato complexo, atua como combustível improvisado.

Vejam no vídeo seguinte como fica.

 

Divirtam-se por aí e digam-nos como correu!

Arco-Íris num Frasco

A ciência ajuda-nos a perceber o que nos rodeia, mas apenas faz sentido se o fizermos com alegria. E mais do que um trabalho, também pode ser uma brincadeira. Um desses exemplos é a construção de um arco-íris que pode acontecer mesmo à nossa frente.

Tudo o que precisam podem encontrar numa loja bastante perto de vocês ou quem sabe já tenham estes ingredientes aí por casa.

A lista é a seguinte:

🙂 1 recipiente de vidro alto;

🙂 Detergente da loiça azul;

🙂 Azeite;

🙂 Álcool;

🙂 Amido dissolvido em água;

🙂 5 corantes de cores diferentes;

🙂 5 colheres para efetuar as misturas;

🙂 5 recipientes mais pequenos para as pequenas misturas.

 

No final, deverão obter um recipiente em que todos os líquidos se encontram devidamente separados. Afinal de contas, a ciência também tem formas divertidas de aprender. Toda esta diferença entre os vários líquidos acontece porque todos eles têm diferentes densidades. Assim, os que têm uma maior densidade – e consequentemente pesam mais – ficam nas camadas mais baixas. Ou seja, os líquidos menos densos situam-se no topo da coluna dos líquidos.

 

Experimentem por aí e digam-nos como é que correu!

 

Até à próxima!

3 títulos, a mesma notícia

Nos dias 9 e 10 de novembro, os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Observador publicaram uma notícia sobre o quilograma:

DN:  https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/mudanca-a-caminho-um-quilo-vai-deixar-de-ser-um-quilo–10154607.html

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JN – https://www.jn.pt/inovacao/interior/quilograma-padrao-vai-passar-a-ser-definido-com-fisica-quantica-10159109.html

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O quilograma vai mudar: unidade de medida deixará de depender de objeto físico guardado em Paris

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Foram utilizados três  títulos distintos para comunicar a mesma informação, mas só um dos títulos é  verdadeiramente elucidativo.. .

Mas afinal, o que vai acontecer?

Basicamente o seguinte: vai deixar de se usar o objeto físico (o protótipo internacional do quilograma que está guardado no laboratório da Agência Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres) como padrão para o quilograma e passar-se a usar uma constante física, tal como já aconteceu com o metro.