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figuras de lichtenberg

Hoje trago-vos as figuras de Lichtenberg; estas são ramificações semelhantes a árvores criados pela passagem de descargas elétricas de alta voltagem ao longo de uma superfície ou no interior de materiais eletricamente isolantes.

Este fenómeno foi descrito pela primeira vez em 1777 por George Christopher Lichtenberg.

Para a criação destas figuras é necessário um materialmente eletricamente isolante; normalmente o polimetilmetacrilato, normalmente conhecido por acrílico, contudo este material deve ser cortado e polido para que fique transparente, semelhante ao vidro. O acrílico tem uma combinação única de alta clareza ótica e propriedades elétricas e mecânicas superiores, sendo mesmo mais transparente do que o vidro. Este tipo de experiências também pode ser feito em outros materiais, mas com diferentes graus de sucesso.

As descargas elétricas podem ser realizadas com cargas positivas ou negativas e a diferença entre o que ocorre em ambos os casos também foi estudado: cargas positivas geradas por um terminal de alta tensão geram figuras semelhantes a estrelas com caminhos longos e ramificados; já cargas negativas geram figuras em forma de leque ou concha mais curtas e arredondadas.

São injetados eletrões em acrílico usando um acelerador de partículas de 5 milhões de volts. A parte mais importante do dispositivo é o tubo do acelerador que se encontra em vácuo e cuja tensão se encontra entre 1 e 5 milhões de volts. Na parte superior do tubo, os eletrões são emitidos por um pequeno filamento de tungsténio incandescente. O filamento encontra-se ligado ao terminal negativo de uma fonte de alimentação ajustável de vários milhões de volts. Esta configuração cria um campo elétrico que acelera os eletrões emitidos pelo filamento.

Quando um pedaço de acrílico é irradiado e um elevado número de eletrões acumula-se dentro do material criando uma nuvem fortemente carregada – designada por carga espacial. Como o acrílico é um excelente isolante elétrico, os eletrões ficam temporariamente aprisionados dentro do acrílico. À medida que os eletrões se acumulam dentro do material, o stress elétrico aumenta-se e a figura mantém-se.

As figuras ramificadas aparecem porque foram depositadas por pequenas faíscas de eletricidade estática. As faíscas depositam manchas isoladas de carga elétrica na superfície à medida que cintilam ao longo da superfície do material isolador. Quando são depositadas na superfície do material isolador, as cargas elétricas permanecem retidas porque o material isolador as impede de se moverem ou dissiparem.

Têm abaixo um dos vídeos em que podem entender como tudo é feito na prática.

Aproveitem e até à próxima! Até lá! 😊

garrafa de whoosh

Esta é uma das minhas reações químicas favoritas, considerando a forma como entretém miúdos e graúdos cada vez que a faço em público.

Esta experiência foi especialmente desenhada para estudantes de Química. Vamos ver o que envolve!

A experiência envolve:

– Uma garrafa de policarbonato grande: a forma mais fácil de arranjar uma é dos dispensadores de água; deve estar limpa e seca, mas pode demorar até vários dias a secar depois de estar vazia. É bastante importante que esteja completamente seca para que a experiência pode funcionar.

– Álcool: pode ser metanol, etanol, propano-1-ol ou propano-2-ol; um volume de pelo menos 40 cm3 é necessário. O álcool deve ser usado sem ser aquecido.

– Fósforos.

Colocarem a quantidade requerida de álcool na garrafa de policarbonato; fechar a garrafa e agitar. Ao agitar a garrafa, o álcool deve espalhar-se pelas paredes e o topo da garrafa, de tal modo que o álcool tenha tocado em todas as partes do interior da garrafa. É importante que o álcool dentro da garrafa seja agitado durante alguns minutos. Tirem o restante do álcool que sobra para um copo ou um gobelé.

Posteriormente, colocar a garrafa em uma superfície segura (se preparado devidamente e distante das outras coisas, o chão pode ser uma superfície segura!) e tirar a rolha. É importante limpar a parte de fora da garrafa com um pano seco, para ter a certeza de que todo o fogo criado fica dentro da garrafa e não há a possibilidade de sair.

Nesta altura, todas as pessoas estar afastadas e com uma proteção de olhos e apenas a pessoa responsável deve estar perto da garrafa; acendam um fósforo e coloquem dentro da garrafa e vejam o que acontece.

A pessoa responsável deve sair de perto da garrafa deve afastar-se assim que o fósforo é colocado na garrafa. É importante que se use uma pinça longa ou uma simples tenaz para segurar os fósforo; é importante manter o fogo afastado das nossas mãos o mais possível.

Uma forma de se ver melhor é fechar os estores e apagar as luzes e a chama ver-se-á bastante melhor. Uma outra forma de ver como a concentração dos produtos é importante, podem sempre colocar álcool com diferentes concentrações nas várias garrafas e verem como a chama é diferente.

Neste caso, a chama é usada para que as pessoas entendam quão poderosas são as reações químicas e a quantidade de energia que elas envolvem aquando da combustão de álcoois.

É importante saberem que esta não é uma das experiências que devam fazer por casa; em contrapartida, há imensos vídeos no Youtube por isso entretenham-se por lá e, por favor, não peguem o fogo a nada. 😊

Para os mais pequenos, podem pedir ao vosso professor(a) de ciências e/ou físico-química para fazerem isto na escola e com todas as condições de segurança. Se houverem professores de físico-química por aí, esta é uma ótima maneira de cativarem os vossos alunos. 😊

Enquanto não regressam às aulas, procurem whoosh bootle no Youtube e divirtam-se! Comecem pelo vídeo que está abaixo. 😊

No vídeo abaixo conseguem ver as diferenças na chama de acordo com as concentrações. Há ainda vídeos em slow motion da chama que é formada dentro da garrafa, que é apenas das coisas mais bonitas. 😊

Até lá!

Peróxido de hidrogénio e Sangue

Todos nós já usámos ou continuamos a usar peróxido de hidrogénio no nosso dia-a-dia… Mas talvez o termo “água oxigenada” seja mais familiar.

Nós usamos o peróxido de hidrogénio como antisséptico, sendo que ele não é assim tão bom como antisséptico como se pensa, mas é ótimo para limpar ligeiramente, mas não de forma profunda.

Todos nós já gritamos quando a nossa mãe ou a nossa avó colocaram água oxigenada numa das nossas feridas, mas gostamos imenso da ver quando começa a borbulhar. É justamente sobre este borbulhar que vamos falar hoje.

A formação destas bolhas é divertida, mas como tudo na vida tem uma explicação científica. 😊

A formação de espuma acontece porque as células que constituem o sangue contêm catalase. Quando fazemos um corte, existem várias células danificadas e não-danificadas no local, logo há imensa catalase disponível naquela área.

Quando a catalase presente nas células sanguíneas e o peróxido de hidrogénio se encontram originam água e oxigénio, sob a forma de gás; logo, o borbulhar que vemos na ferida corresponde a oxigénio a ser libertado.

A catalase é uma enzima bastante eficiente e consegue realizar até 200.000 reações por segundo.

Não quero que andem a brincar com sangue por aí, mas podem experimentar numa batata, tem exatamente o mesmo efeito.

Boas experiências e digam-nos como é que correu.

Até à próxima!

Mãos de Fogo

Vamos dizer a verdade: o que é que sabemos sobre fogo?

Bem, sabemos que é quente e que é suposto queimar as nossas mãos se lhe tentarmos tocar, certo?

Mas… E se pudermos realmente “brincar com o fogo”? Tirar as aspas da expressão e não queimar as mãos?!

O sabão que utilizamos nas nossas casas é na realidade para proteger as nossas mãos para que o gás butano se possa incendiar.

Tal ocorre porque a água é um bom condutor de calor logo o último é desviado para as bolhas de metano. Assim, a água evapora e protege as mãos de qualquer queimadura.

Contudo, uma pequena quantidade de gás butano é utilizado, portanto não existe muito calor que seja produzido e as nossas mãos não ficam em chamas por um longo período de tempo.

Bem-vindos ao maravilhoso mundo da química!

Bem-vindos ao mundo onde tudo se torna finalmente possível.

Poderão acompanhar toda a experiência no vídeo seguinte…

O melhor para o Dia dos Namorados pode ser… Camuflagem!

O famoso Dia de S. Valentim terminou mesmo há pouco e, confesso, algo que não me agrada é como conseguimos tornar tudo tão comercial. Para quem gosta de jantar fora e ir ao cinema neste dia, talvez o melhor seja mesmo usar… Camuflagem!

Se para realizarmos camuflagem tivermos que recorrer à ficção científica e isso permitir torná-la num facto e não apenas ficção, ainda melhor!

Conseguimos observar objetos dado que as características destes lhes permitem não absorver um determinado tipo de radiação que, posteriormente, é transmitida para os nossos olhos com determinado comprimento de onda – permitindo-nos ver algo.

Ou seja, se conseguirmos alterar a forma como a luz interage com eles talvez consigamos fazer com que algo permaneça invisível; de uma forma simples, se desviarmos a luz em torno do objeto, este torna-se invisível.

Recentemente, uma construção de lentes (em forma de prisma hexagonal) permitiu que a luz fosse desviada do objeto, mas se mantivesse em torno dele – assim conseguimos ver todo o espaço que se encontra à volta do mesmo, fazendo com que apenas o objeto se torne invisível.

Esta é uma das formas de fazer com que os aviões furtivos se tornem invisíveis nos radares, mas também uma ótima maneira de me tornar invisível neste dia.

Vou só ali experimentar e já volto.

Fiquei com o vídeo…

Até lá!

ADNY # 112 – Ponto triplo – líquido, gás e sólido ao mesmo tempo

À  Descoberta No Youtube (ADNY) ,com alguma “Curiosity“, encontrei este vídeo que mostra o que acontece a uma substância no ponto triplo.

O ponto triplo acontece quando uma substância está ao mesmo tempo no estado sólido, líquido e gasoso.

Vejam o vídeo:

Aconselho a visitarem o site Curiosity para saberem um pouco melhor sobre o ponto triplo e poderem melhor esta  imagem: